O Farol da Guia é um farol macaense localizado na colina de mesmo nome, próximo do extremo SE da península de Macau, região administrativa especial na costa do Mar do Sul da China.
Apresenta uma torre de alvenaria de pedra, em forma de tronco de cone, com cerca de 13,5 m de altura. A base do farol tem um diâmetro de 7 m que se estreita até aos 5 m no topo, onde foi construída uma galeria circular de serviço e uma outra mais abaixo, de observação. A torre de 3 andares, pintada de branco com bordadura amarelo-dourado, tem um exterior rústico e simples, em harmonia com a capela que lhe está adjacente. Um lanço de escada em espiral, situado no interior da estrutura, permite o acesso à lanterna com cúpula vermelha.
O Farol da Guia foi construído no interior da Fortaleza com o mesmo nome, junto da Capela de Nossa Senhora da Guia, e encontra-se com estes incluído na lista dos monumentos do "Centro Histórico de Macau", classificado como Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
Curiosamente, as coordenadas geográficas de Macau (21º 11” Norte e 113º 55” Leste) estão registadas com base na localização exacta do farol.
O Farol da Guia foi o primeiro farol de características modernas e ocidentais a ser construído no Extremo Oriente.
A primitiva construção da Fortaleza, em cujo perímetro de 800 m2 está construído, remonta a 1622, data do cerco dos holandeses, mas foi demolida ainda antes de 1635. Alguns anos depois, em 1637/1638, o edifício foi reconstruído pelo capitão de artilharia António Ribeiro, a partir de doações feitas pelos locais, passando a funcionar como bateria auxiliar e ponto de observação da chegada dos navios ou da aproximação de tufões.
Apenas em 1864 foi dado início à construção do farol, por ordem do governador Coelho do Amaral, entrando finalmente em serviço no dia 24 de Setembro de 1865. Uma tempestade, em Setembro de 1874, causou grandes danos na sua torre. Seguiu-se um período de cerca de 36 anos em que se encontrou fora de serviço, até que, em 1909/1910, foi restaurado, tendo-lhe sido adicionado um novo mecanismo e procedendo-se à sua electrificação. Entrou novamente em serviço no dia 29 de Junho 1910. Com vista à sua classificação enquanto Património Mundial da UNESCO, foi justamente restaurado e embelezado, conseguindo a merecida distinção em Julho de 2005.
Em Julho de 2007, a Liga de Preservação do Farol da Guia causou grande controvérsia ao apresentar queixa junto do Centro do Património Mundial da UNESCO, denunciando o impacto negativo que poderia causar a construção em grande altura nas imediações da colina da Guia, bloqueando a vista (e a luz) do farol.
Originalmente o aparelho iluminante funcionava com lamparinas de parafina, sistema planeado por Carlos Vicente da Rocha, um português nascido em Macau. Hoje, o farol encontra-se equipado com um moderno sistema de iluminação, com as seguintes características de luz: fl. 1s, ec. 2s; fl. 1s, ec. 6s. Existe ainda um mastro junto ao farol, onde é hasteada a bandeira de aviso de aproximação de tufões.
Localização - Fortaleza da Guia, Macau
Estrutura - torre cilíndrica em "tronco de cone", branca, com frizos amarelos e cúpula vermelha
Altura da torre - 13,5 m
Altitude - 108 m
Luz - branca Fl(2) W 10s
Alcance - 16 milhas náuticas
Ano de estabelecimento - 1865