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Farol da Barra | Aveiro




Os repetidos sinistros marítimos ocorridos nas proximidades da foz do Vouga, fizeram com que se tivesse em conta a imperiosa necessidade de iluminar aquela porção de costa. Assim, por portaria de 8 de Janeiro de 1856 foi determinado que o Director de Obras Públicas do distrito de Aveiro, tendo em consideração os pareceres do Capitão do Porto e do Director Maquinista de Faróis, escolhesse, perto da barra, um local apropriado para a edificação do farol, cujo projecto e orçamento seriam por si elaborados. Em Julho de 1858 é rejeitada a ideia de aproveitar a torre de sinais do Forte da Barra para a construção do farol, julgando-se, como adequado, um local situado a 200 metros da referida torre, quase no fim do paredão da barra.


Até 1866 nada se avançou, ano em que o inspector de faróis, Francisco Maria Pereira da Silva, defendia, como necessidade urgente, no seu plano de farolagem, a criação de um farol em Aveiro:

«Na barra de Aveiro é de urgente necessidade um pharol de grande alcance e da maior intensidade de luz, não só para esclarecer a extensa e baixa praia, que divide ao meio, com 60 milhas de litoral, em que as primeiras elevações se apresentam a uma grande distância do mar (seis a oito léguas), illudindo assim o navegador, que julga pelo aspecto d´esta porção de costa, achar-se ainda mais afastado da terra; mas também para poder atravessar uma atmosphera que se conserva sobre esta grande planície cheia de densos vapores, emanados tanto das areias humedecidas, como das marinhas de sal e das aguas que ali abundam na distancia de muitas milhas; convém que seja esta barra de Aveiro a posição escolhida para um pharol de 1ª ordem e que seja sustentado por um elevado e bem distincto edifício, para prevenir de dia os navegadores da sua aproximação. Este pharol ali collocado tambem dispensa outro, que era necessario estabelecer para indicar a entrada da barra d´aquelle porto.»

Francisco Maria Pereira da Silva

Partindo do projecto do engenheiro Paulo Benjamim Cabral, datado de 1879, a obra foi primeiramente dirigida pelo engenheiro Silvério Pereira da Silva e, mais tarde, pelo engenheiro José Maria de Mello e Matos.

O farol entrou em funcionamento em 1893, consistindo numa torre de 62 metros de altura e 66 metros de altitude. Foi equipado com um aparelho óptico de 1.ª ordem (920 mm distância focal) com 4 painéis e, como fonte luminosa, a incandescência pelo vapor de petróleo. A fonte luminosa de reserva era um candeeiro de nível constante, sendo a rotação que lhe definia a característica, produzida por uma máquina de relojoaria.

No mesmo ano entrou também em funcionamento um sinal sonoro, constituído por uma trompa Holmes, funcionando a ar comprimido e instalada no molhe. Em 1898 o sinal sonoro foi transferido para um alojamento construído em frente do farol, procedendo-se à sua cobertura em 1902, protegendo-o assim das chuvas.

Em 1908 a máquina do sinal sonoro foi substituída por duas máquinas a vapor verticais, ficando assim uma máquina de reserva.

Foi construído em 1932 um esporão para defesa das infra-estruturas do farol. O alojamento do sinal sonoro foi derrubado pelo mar em 1935, sendo instalado o sinal sonoro em cima do edifício do farol.

No ano de 1936 o farol foi electrificado através da montagem de grupos electrogéneos.

Em 1947 o aparelho óptico foi substituído por outro de 3.ª ordem, pequeno modelo (375 mm distância focal), dotado de painéis aeromarítimos. A fonte luminosa passou a ser uma lâmpada de filamento trifásico, ficando como reserva a incandescência pelo vapor de petróleo.

Em 1948, foi instalado um rádiofarol.

Em 1950 passou a estar ligado à rede pública de distribuição de energia, sendo instalada uma lâmpada de 3000W.

Para acesso à torre foi montado um elevador em 1958. A potência da fonte luminosa, nesta altura, foi reduzida, instalando-se então uma lâmpada de 1000W.

Em 1990 foi automatizado, funcionando agora com menos intervenção humana, mas de igual forma imponente, ou não fosse ele o mais alto farol do país e um dos maiores da Europa, na sua dupla função de assinalamento costeiro e de aproximação à barra e porto da cidade de Aveiro.

Localização - Barra/Aveiro (a Sul da foz do rio Vouga)
Posição - Latitude, 40º 38.5' Norte; Longitude, 08º 44.8' Oeste
Estrutura - torre cilíndrica pintada com faixas horizontais vermelhas e edifício anexo
Altura da torre - 62 metros
Altitude - 66 metros
Luz - branca (FI (4) W 13 s)
Alcance - 23 Milhas marítimas (42.6006 km)
Sistema iluminante - óptica de cristal 3.ª ordem, direccional fixa.
Ano de estabelecimento - 1893

Farol da Ponta do Altar | Lagoa




Localiza-se no promontório da Ponta do Altar, a nascente da boca do porto de Portimão, a cerca de 7 km a Sul-Sueste da cidade, na freguesia de Ferragudo, Concelho de Lagoa, Algarve, Portugal.


Apresenta-se com uma torre quadrangular branca, na fachada sul da habitação, com cunhais em granito.


O edifício é composto por uma casa branca de faroleiros, elevando-se, na sua fachada Sul, uma discreta torre quadrangular, com 2,7 m de lado, sobre a qual se instala uma lanterna vermelha circular, coroada por um cata-vento e pára-raios.

Em 2008 foi instalado um sistema de controlo de tráfego marítimo (VTS), junto do farol da Ponta do Altar, materializado numa grande torre de betão. Trata-se de um sistema essencial para diminuir o risco de naufrágios, estimando-se que reduza em 65% a probalidade de acidentes náuticos. O VTS assegura o controlo de todo o tráfego marítimo até 50 milhas náuticas da costa, tendo como principais objectivos melhorar a segurança e a gestão do tráfego marítimo, além de preservar o património ambiental.


Localização - Ponta do Altar/Ferragudo/Lagoa
Coordenadas - Latitude, 37º 06' 03'' Norte; Longitude, 05º 42' 8'' Oeste
Altura da torre - 10 m
Altitude - 32 m
Sistema iluminante - óptica fixa
Luz - vermelha FI R 5s
Alcance - 14 milhas
Ano de estabelecimento - 1893

"Tudo emudeceu como num conto de fadas. Pouquíssimas estrelas no céu, e essas mesmas bêbadas de luar. A vila amortalhada em branco e neve. O farol da canhoneira reflecte-se na água em profundíssima língua de fogo; (...) e o farol da barra quase se apaga no horizonte, mas cintila na água como diamante. Não iria desaparecer subitamente aquele cenário de lenda fantástica? (...) O farol da Ponta do Altar, com o brilho insistente e límpido de um astro, estrelava-se no mar negro e quieto."

Teixeira-Gomes, Regressos